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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Santo Antonio Maria Claret

Analisando esta foto, nota-se que na fisionomia deste varão não entrou a mão nem a imaginação de nenhum pintor. Foto sem subterfúgios, de um homem sem subterfúgios. Diante dela, podemos perguntar: é esta a ideia que temos de um santo? Absolutamente não, o que me leva à conclusão de que formamos uma concepção incompleta de santidade, pois trata-se de um santo: Santo Antonio Maria Claret.
Por que não se tem a ideia de que é um santo? Toda a fisionomia dele não leva a marca da estética: o formato do rosto, perfeitamente comum; as sobrancelhas dão ideia de uma personalidade forte; o enorme nariz parece ter passado por uma explosão nasal; lábios grossos; boca sem um traçado bem definido e orelhas grandes. Entretanto, homem com alto senso de dignidade e extraordinário senso da luta!
A linha geral da fisionomia revela uma firmeza indomável. Os olhos manifestam uma inquebrantável determinação da vontade, e parecem dizer: “Eu vou de qualquer jeito, e não tenho medo das consequências! O que devo fazer, faço! O que eu disse, mantenho!”.
Observando seu olhar, não é difícil perceber que, a par de tanta firmeza, ele tem uma bondade e uma doçura incontestáveis. No fundo do olhar, sobretudo do lado direito, nota-se juntamente com a doçura uma firmeza resolvida a ir até o martírio. Não tem hesitações, entregou tudo e está disposto a enfrentar qualquer dificuldade que apareça.
É um homem movido por alto senso do dever, fundado nas mais elevadas concepções religiosas e metafísicas, profundamente persuadido de que assume a posição certa; de que professa e ensina a Religião verdadeira; de que é um ministro de Deus, e ensina a doutrina imutável e eterna da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. A atitude dele é a de quem crê nisso até o fundo da alma e tem certeza daquilo que crê. Está disposto a qualquer coisa para pregar, defender e manter essa doutrina, de acordo com seu lema: “A Dios orando y con el mazo dando” (A Deus orando e golpeando o inimigo).
 A consciência dele é um lago tranquilo de água cristalina. É um exemplo de vida sobrenatural, um apóstolo transbordante de vida interior. E porque transbordante dessa vida, homem para o qual não há barreiras. Quando encontra obstáculos insuperáveis, levanta os olhos para Deus e faz uma prece.
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de outubro de 1987. Sem revisão do autor.

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