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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Bem-aventurado Stefano Bellesini

"Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito". Deus sendo um ser infinito e estando infinitamente acima da natureza humana, seria difícil para nós seguirmos tão alta convocação feita por Nosso Senhor Jesus Cristo, sem ter diante dos olhos alguém que representasse esta perfeição. Este é o papel dos Santos que, tendo em si debilidades e passando pelos dramas da vida atenderam inteiramente o chamado feito por Jesus, servindo para nós como mestres, modelos e guias. É o que sempre nos ensina Mons. João Clá Dias.



A Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho tem em suas fileiras tantos devotos da Mãe do Bom Conselho, quantos filhos possui. Entre eles, o Bem-aventurado Stefano Bellesini reluz como pérola preciosa. Seu corpo, incorrupto, conserva-se na Basílica de Genazzano.

Nascido em Trento, em 1774, vestiu o hábito da Ordem em 1793, professando em 1794. Estudou Filosofia e Teologia em Roma, Bolonha e Trento e, durante a invasão napoleônicas dos Estados Pontifícios, sofreu a proscrição das Ordens religiosas. Ao longo de seis anos foi obrigado a morar fora de seu convento, afastados de seus irmãos de vocação. Restaurada a monarquia papal em 1814, e reaberta a possibilidade de vida religiosa, Beato Stefano Bellesini partiu definitivamente da sua cidade natal e reingressou na Ordem Agostiniana(1817). Seus superiores destinaram-no para mestre de noviços, primeiramente no convento de Santo Agostinho, em Roma, depois em Città della Pieve.



Em 1826, um surto de maior observância e afervoramento na vida religiosa soprou nas fileiras da Ordem Agostiniana, e foi restaurada a vida comum em alguns conventos. O Pe. Bellesini pediu logo para ser aceito neste novo grau de perfeição, transferindo-se para o convento de Genazzano, o primeiro onde se restabeleceu a vida comum dos eremitas de Santo Agostinho. Em 1831, foi nomeado pároco do Santuário de Santa Maria do Bom Conselho.

Em Genazzano, celebrava sempre a missa no altar de Mater Boni Consilii e estimulava em todos os fiéis a devoção a Ela. Aos que viajavam ou viviam longe, distribuía estampas, dava azeite da lamparina do altar, enfim, tudo quanto recordasse a Santa Imagem.



Conduzia e consagrava à Virgem todas as crianças que batizava. E queria que todos os paroquianos fossem consagrados à Madonna do Bom Conselho.


Era devotíssimo da Rainha dos Corações e recitava diariamente, entre outras práticas de piedade, o Rosário com a Ladainha de Nossa Senhora. Retido no leito pela enfermidade que o levaria à morte, tentou o prior do convento poupar-lhe a fadiga das orações, mas ele respondeu: " Como quereis que compareça ante o Tribunal de Deus sem ter antes recitado a Coroinha de Nossa Senhora e o Rosário com sua Ladainha?"

Obedientíssimo em vida- e até depois da morte- pediu permissão a seu superior para comparecer ao Juízo de Deus no dia da Purificação de Maria, também festa de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Não quis o prior do convento consentir que ele falecesse durante as cerimônias litúrgicas deste dia, porque, devido à benção das velas e à grande afluência de público, sua morte ocasionaria inevitávelmente transtornos nas solenidades. Submeteu-se de bom grado o Bem-aventurado Stefano, dizendo: "Terminada a função de Nossa Senhora, começará a minha".



Ao fim das vésperas, os fiéis entoaram na igreja o último verso do derradeiro cântico- "Maria do Bom Conselho, abençoai-nos assim como vosso Filho"- com o que as cerimônias estavam concluídas. E, efetivamente, às quatro da tarde do dia da Purificação de Nossa Senhora, Stefano, em sua cela, entregava sua bela alma a Deus. Era o dia 2 de fevereiro de 1840.



Durante seu processo de beatificação exumaram-lhe o cadáver para exame, na presença do Cardeal Pedecini e numeroso clero. O corpo estava íntrego, incorrupto e flexível, como ainda hoje em dia se conserva. Transladaram-no para um novo ataúde que, infelizmente, fora mal calculado, e era demasiado pequeno. O Cardeal, então, ordenou: "Padre Bellesini, tão obediente como fostes em vida, não poderíeis agora acomodar-vos neste estreito caixão? À vista de todos os presentes, o corpo se encolheu suficientemente para entrar na urna. Milagre impresionante que nos mostra um exímio seguidor da Rainha dos Céus, d'Aquela que obediente em toda a sua vida, com o fiat, trouxe o Salvador ao mundo.


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