Certa
ocasião, quando São Vicente Ferrer entrava em Barcelona — uma das maiores e
mais ilustres cidades de seu tempo —, fizeram-lhe uma recepção tão
extraordinária que de todas as janelas pendiam tapeçarias em sua honra, o povo
o aclamava e ele caminhava debaixo de um pálio, cujas varas eram carregadas pelos
principais da cidade. Então, alguém lhe perguntou, baixinho, ao ouvido:
—
Irmão Vicente, e a vaidade?
—
Esvoaça do lado de fora, mas não entra — respondeu ele.
A
resposta de um orgulhoso seria: “Nem sinto tentação.”
E
um pusilânime diria: “Pobre de mim, estou inundado de vaidade.”
Este
Santo deu a resposta certa: Como homem, posso e estou sendo tentado. Porém, a
tentação esvoaça do lado de fora, mas, pela graça de Deus, ela não entra.
De
fato, neste vale de lágrimas é normal sermos tentados. A tentação tempera a
alma. Quem diz “não” para o demônio sai mais forte, mais pertencente a Nossa
Senhora. O servo bom e fiel que foi provado e venceu manifesta a sua fidelidade,
faz render na luta os seus talentos, colhe louros e os entrega à sua Senhora.
Somos
soldados da Igreja Militante e devemos nos entusiasmar com isso.
Plinio Corrêa de Oliveira –
Extraído de conferência de 16/1/1970
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